sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Gângster


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Outro dia, sem poder desfrutar de uma das inúmeras opções de lazer que minha cidade tem, me dirigi até uma vídeo locadora e levei um filme chamado “ O gângster” de Ridlei Scott. Perturbador. Às vezes o filme cai na mesmice americana de sempre, mas outras vezes possui metáforas profundas sobre a realidade das relações políticas e humanas.
Uma das cenas iniciais mostra um gângster americano da década de 60 distribuindo perus no dia de ação de graças à população pobre e negra de um bairro violento. O mesmo chefão criminoso que infesta a rua com seus capangas, heroína e cocaína, corrompendo pessoas e destruindo famílias (em cenas, aliás, fortíssimas) e incentivando a criminalidade, é tido como um salvador bondoso que ajuda aos pobres e necessitados. Aí reside a grande sacada do filme. Esse chefão mantém as pessoas submissas e cegas ajudando-as com esmolas esporádicas. Assim ninguém fala nada porque todos acabam ganhando algo em troca.  A leitura é clara: onde falta o braço firme do Estado Democrático, sobra espaço para o braço da tirania, da criminalidade e da submissão.
Não pude deixar de comparar ainda tal cena com o que ocorre atualmente no nosso país. As políticas assistencialistas do governo federal fazem com que milhares e milhares de pessoas e instituições país a fora se calem frente ao desastre que ocorre diante de nossos olhos. Nos últimos anos o governo federal criou milhares de novos cargos de confiança (aproximadamente 60mil) inchando a máquina administrativa... Sob o pretexto de ajudar a desenvolver e modernizar a administração pública, mas, no fundo, é só uma máscara para o aprelhamento político da máquina estatal. Mas isso não é nada se comparado aos centenas de brasileiros que estão sendo vítimas de perseguições e prisões em países da América do Sul e o Itamarty não faz absolutamente nada, nem se manifesta porque, talvez o caro leitor não saiba, o PT faz parte da esquerda Latino Americana fundada no Foro de São Paulo (da qual também faz parte as FARC colombianas) que investiu muito dinheiro na eleição desses governos esquerdistas que antes eram bons amigos, mas agora prendem e perseguem brasileiros.Não precisamos ir tão longe assim afinal, vão querer me enganar que nenhuma das autoridades cariocas sabem onde esta concentrado o cérebro do narcotráfico.... vão quer me convencer que ninguém  na nossa cidade sabia do que ocorria ,às sombras da legalidade, no centro do bairro São José... e ficamos espantados  com os tiroteios da TV como se nada soubéssemos ... poupe-me, não sou hipócrita.
O filme mostra também um estado imenso e totalmente aparelhado de gente incompetente e corrupta deixando claro que onde falta o braço firme do estado  sobra espaço para o braço da tirania, da criminalidade e da submissão. É como o Brasil: políticas atrasadas, assistencialistas e populistas fazem progredir a miséria através da relação de dependência dos mais pobres em relação ao estado, dinheiro público para financiar entidades e sindicatos a fim de que se calem e não critiquem o governo, ONGs ganhando dinheiro do governo (só no Brasil mesmo!!) Em vez de solucionar o problema da miséria e da exclusão social o governo a mantém porque onde todos ganham e todos fecham os olhos para os problemas Em muitos momentos o filme deixa claro a ambigüidade do estado americano que deveria trabalhar em prol do cidadão mas se perde em sua própria máquina. Igual ao que ocorre no Brasil quando o presidente vai na TV fazer um apelo para a manutenção da CPMF dizendo que ela existe em beneficio da nação. Mais uma vez ambíguo o senhor Presidente porque quando era oposição foi veementemente contra a criação de tal imposto.
O governo do PT distribui benesses da máquina estatal para que as entidades representativas da população, bem como a população se cale diante das trapalhadas administrativas que faz o governo. Para que se calem diante da conivência do governo em relação aos “amigos socialistas” da América do Sul. Para que se calem diante do mal uso do dinheiro público. Para que se calem diante da mentira deslavada de que Brasil não é mais um país endividado como no passado(nossa dívida interna e previdenciária mais que dobraram). Para que se cale diante de uma governo que “inaugura” o início da obra e “inaugura” uma obra que não está acabada como BR 101 no RS. Distribui benesses como os perus do filme para infestar a nação do falso sentimento de independência que, na verdade, é  dependência crônica da máquina estatal.O gângster de lá usava perus e o daqui usa bom papo e muito dinheiro público.